quinta-feira, 17 de junho de 2010

Deitados pelo chão da faculdade, assim que eles se encontravam. Aproximadamente meio da tarde, as palavras fluíam com facilidade quando eles estavam juntos. Para alguns que passavam, eles pareciam ser algo mais que amigos e para outros eram mais dois desocupados da faculdade. Os minutos passavam rapidamente, mas tempo não era o que faltava pra eles, as confissões, as piadinhas, os medos e os receios dominavam o tempo. Atrás deles o céu começava a ficar multicolorido, a cantoria dos passarinhos se fazia presente vez ou outra e a grama sendo molhada. Nada disso foi percebido por eles, a empolgação era perfeitamente notável da parte dela, contava seus melhores momentos, melhores lembranças enquanto ele parecia escutar atento ou não tão atento assim. Ela percebeu a desatenção dele e ficou triste, mas preferiu não demonstrar, toda vez aquilo acontecia um total descaso da parte dele. Às vezes ela achava que ele não se importava, ele parecia autista, habitando e fantasiando no seu próprio mundinho obscuro. Sempre existia um impasse. Ela desconversou e ficou quieta, preferiu o silêncio e, resolveu observar o céu que estava ali em sua frente. Perdeu-se nos pensamentos, nos planos secretos e nos xingamentos, levantou dizendo que iria embora e ele rapidamente ficou de pé e segurou sua mão. Olhou-a de um jeito diferente, deu-lhe um abraço apertado e disse em seu ouvido:
-Gosto da gente assim!
Ela se despediu beijando-o no rosto e foi andando pensando naquelas palavras enquanto ele permanecia absorto em pensamentos que a envolviam, pensamentos que estavam lhe tirando o sono. Sentiria falta de tudo quando ela partisse, ele sabia.

2 comentários:

  1. A eloquência do silêncio... Muito bom :)

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  2. A retórica do silêncio... O silêncio que fica depois de uma partida, por exemplo...

    bom texto...

    Abraço

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